quinta-feira, 9 de abril de 2020

MÓDULO 6 - A AMAZÔNIA E O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO



SUMÁRIO
 
MÓDULO VI


O QUE VOCÊ VAI ESTUDAR




A AMAZÔNIA E O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO



O QUE PRETENDEMOS



QUE VOCÊ SEJA CAPAZ DE:
·      Associar a realidade da Amazônia Brasileira aos interesses internacionais, nacionais e regionais;
·      Entender as políticas de desenvolvimento e suas consequências na vida social a partir da década de 50;
·      Identificar os ofensores do Meio Ambiente.
·      Compreender a importância de desenvolver boas atitudes sustentáveis para uso no seu cotidiano.
SUA NOTA dependerá da SUA INTERATIVIDADE EM CADA MÓDULO E PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES REMOTAS. 




PARA ISSO VOCÊ DEVE



  Ler com atenção os conteúdos apresentados no módulo.
   Realizar atentamente os exercícios, no caderno, conferindo em seguida as suas respostas.
   Estudar novamente o assunto que lhe causar dúvida. Se a dificuldade persistir, procure o professor da disciplina.
  Consultar o dicionário sempre que encontrar dificuldade com as palavras.



 Sociologia da Amazônia


A Amazônia brasileira abriga mais de 25 milhões de habitantes, destes, 60% na zona urbana. A base econômica vai desde o extrativismo vegetal e garimpagem, como atividades mais tradicionais, além da produção mineral avançada (a terceira maior do país). A sociedade amazônica é formada por índios, caboclos, grandes e pequenos produtores agropecuários e extrativistas, trabalhadores sem terra. Sendo que grande parte desses segmentos sociais chegaram recentemente, sobretudo, a partir dos anos sessenta e com o início da integração nacional, após a abertura de estradas.

Os conflitos entre os grupos tradicionais e os recém-chegados com o apoio do Estado vem também aumentando, tornando a região mais conhecida, mesmo que negativamente. Entre os principais tipos de conflitos, destaque para a violência no campo, sobretudo, na região do Bico do Papagaio (entre os Estados do PA/MA/TO), a invasão de terras indígenas; o deslocamento de camponeses para a construção de hidrelétricas, como em Tucuruí, a instalação de grandes projetos minerais, implicaram em grandes mudanças no espaço geográfico e social da região. Vamos tentar compreender agora como ocorreram essas transformações na Amazônia.

As Políticas Territoriais e o Projeto de Incorporação da Amazônia

As políticas territoriais corresponderam às iniciativas governamentais, como programas e projetos agropecuários, minerais, obras de infra-estrutura, além de medidas de caráter político- administrativo. Essas políticas foram desencadeadas com mais intensidade a partir dos anos sessenta com os governos militares, visando a incorporação da Amazônia ao capitalismo nacional e internacional, através de um conjunto de programas e planos governamentais, conforme detalhamento abaixo:

   A política do governo Vargas e JK para a Amazônia: 
 em 1953, o governo de Getúlio Vargas deflagrou a primeira política de ocupação da região com a criação da SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia). Esse órgão visava gerir todo o processo de ocupação da região, através dos incentivos fiscais, mas o Estado não possuía recursos suficientes e tinha uma visão bastante equivocada, que considerava a Amazônia como um grande celeiro agrícola e pretendia implantar uma agricultura de plantations, anos mais tarde
O projeto Radam comprovou que apenas aproximadamente 7% dos solos são férteis para a atividade agrícola.

Na prática, a integração física da região só avançou no inicio dos anos 60, no governo de Juscelino Kubitscheck, quando é inaugurada em 1961 a rodovia Belém-Brasília (BR – 010), a qual passou a ligar a Amazônia ao centro sul, ao sudeste e ao sul do país, rompendo com o isolamento em relação a essas regiões. Essa estrada proporcionou a entrada de produtos industrializados e a remessa de matérias-primas para os Estados de outras regiões.

 As políticas territoriais do regime militar para a Amazônia

   Causas da Ocupação:
-    A partir dos anos sessenta, o governo militar criou a concepção da Amazônia como uma fronteira vazia. Essa concepção ancorada na ideologia anticomunista (Guerra Fria) e na doutrina de segurança nacional (segurança para o desenvolvimento) buscava convencer a sociedade de que os grandes projetos garantiriam a soberania da região. Para isso usavam o slogan: “integrar para não entregar”. Na verdade, essa era uma estratégia que visava justificar o projeto de exploração dos recursos naturais da Amazônia, em benefício dos grandes grupos econômicos nacionais e internacionais.

-    Atrair novos investidores com os chamados incentivos fiscais (isenção de impostos, financiamentos)

-    A integração da Amazônia esteve associada também internamente ao processo de industrialização do Centro-Sul, como tradicional exportador de matéria-prima barata, área de expansão para novos investimentos e mercado consumidor dentro da divisão regional do trabalho.

-    O governo federal visava utilizar a região Amazônia como “válvula de escape”, estimulando a entrada de grandes grupos imigrantes oriundos de regiões envolvidas em conflitos, como o Nordeste, utilizando o discurso de que a Amazônia era uma “terra sem homens para os homens sem terra”.

-    Outra razão para integração da Amazônia foi a procura de novas terras por fazendeiros e investidores do sul. Eles queriam preservar seus capitais contra a inflação. Comprando terras eles preservavam o valor do dinheiro aplicado, podendo vendê-las mais tarde, quando elas tivessem mais valorizadas, desenvolvendo a especulação imobiliária.

Como parte da infra estrutura necessária para tornar a região viável economicamente o governo federal tomou algumas medidas, tais como:
·                INCRA- que seria responsável pela colonização da Amazônia


·        SUDAM- substituiu a antiga SPVEA. Tinha como objetivo promover incentivos visando o aumento da produção e a expansão das rendas tanto para o desenvolvimento do mercado como para suprir as necessidades das outras regiões. Era responsável pela analise, aprovação e fiscalização dos empreendimentos seriam implantados na Amazônia.

·              BASA- responsável pela liberação dos recursos financeiros aos empreendedores.

·          SUFRAMA: O objetivo estratégico do Estado era utilizar a cidade de Manaus como um centro polarizador para o desenvolvimento da Amazônia ocidental para romper a estagnação dessa porção da Amazônia e integrá-la ao resto do país e do mundo.

·              Abertura de estradas, construção de portos, implantação de um sistema de telecomunicação. – foram medidas tomadas para viabilizar a entrada do capital na região.


As consequências da Integração da Amazônia à economia nacional e internacional

  •   Perda de importância de cidades localizadas às margens das vias fluviais e distantes das rodovias;
  •    Surgimento e crescimento de cidades ao longo das rodovias;
  •    Redefinição da rede urbana amazônica;
  •    Deslocamento do fluxo de pessoas e mercadorias das vias fluviais para as vias rodoviárias;
  •   Aumento do fluxo migratório;
  •   Desmatamento ao logo das rodovias;
  •   Valorização das terras ao longo das rodovias;
  •   Criação da agrovilas ao longo das estradas.
  •   Impactos socioambientais.
  •   Ocupação espontânea – ocupação desordenada do espaço.
  •   Concentração de terras nas mãos de latifundiários.
  •   Crescimento populacional ocasionado pela migração.
  •   Aumento dos conflitos agrários envolvendo moradores antigos como os índios, posseiros e ribeirinhos com garimpeiros, grileiros, fazendeiros etc.)

Novos atores sociais e os conflitos agrários no Pará
Quando a economia paraense foi incorporada ao circuito capitalista brasileiro, a partir da década de 1960, sua estrutura agrária tradicional não foi respeitada, em consequência surgiram inúmeros problemas, envolvendo diversos personagens.

A estrutura Agrária atual e seus personagens,
·         Posseiros– trabalhadores rurais que têm a posse, mas não tem um documento oficial que prove que eles são os proprietários da terra;
·         Colonos– pequenos agricultores ou trabalhadores de projetos agropecuários;
·         Indígenas– comunidades que vivem na Amazônia desde antes da colonização européia;
·         Grileiros– pessoas que se apropriam ilegalmente de terras e apresentam títulos falsificados;
·         Gatos– (empreiteiros) responsáveis pela contratação de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas ou projetos econômicos;
·         Latifundiário Proprietários de grandes extensões de terras;
·         Peões– Trabalhadores braçais que recebem baixa remuneração e, muitas vezes não tem carteira assinada ou são vitimas de trabalho escravo;
·         Empresários– pessoas com poder econômico, donas de terras e ligadas a atividades econômicas voltadas para obtenção de lucros;
·         Seringueiros– trabalhadores ligados às atividades de extração do látex da seringueira
·         Castanheiros– trabalhadores que se ocupam de atividades ligadas a extração da castanha
·         Pistoleiros– capangas contratados para amedrontar ou assassinar pessoas que ameaçam os interesses dos grandes proprietários de terra;
·       Lideranças de movimentos - pessoas que participam ativamente no debate sobre as questões relacionadas a terra em defesa dos direitos dos pequenos produtores, posseiros, sem terra, colonos,etc. 

Nas últimas décadas, o espaço agrário amazônico e paraense tem sido cenário de terror, em função da grande incidência de conflitos pela posse da terra, que resultam na matança e expropriação de pequenos camponeses locais, além do extermínio de grande parte da sociedade indígena existente na região, provocando tensões constantes no espaço rural.

As regiões Sul e Sudeste do Pará são as mais dinâmicas economicamente, porém representam os maiores índices de conflitos, a batalha entre diferentes grupos por territórios, como é o caso das populações indígenas que vêem suas reservas sendo saqueadas e roubadas pelos grileiros e garimpeiros, sem que haja uma política eficiente por parte das autoridades governamentais para a resolução do problema.


Os conflitos que atualmente são tão intensos na região surgiram de forma rotineira com a implantação dos projetos agropecuários. Para que pudessem receber incentivos fiscais da SUDAM, as empresas passaram a adquirir títulos de propriedades duvidosos. De posse desses documentos falsos, as empresas conseguiram adquirir enormes extensões de terra, para em seguida, expulsar, também de modo ilícito seus ocupantes, sejam eles posseiros ou índios.

Muitos dos novos proprietários das terras desejando expulsar os moradores naturais promoviam a “limpeza do terreno” através do despejo judicial do morador, da ameaça, da jagunçagem e da violência policial. Portanto os empreendimentos agropecuários, madeireiros e posteriormente, mineradores ao serem implantados na região defrontaram-se com os moradores naturais. Não se tratava de “terra sem homens” como dizia o governo federal nos seu plano de integração, tratava- se de gente que não era importante para o governo. A política do governo federal de ignorar a população natural começava a criar muitos conflitos e dificuldades.

Os moradores naturais da região não dispunham de títulos de terra, de amparo dos setores governamentais e não conseguiam acionar a lei em defesa de seus direitos de permanecer na térrea. As populações de colônias agrícolas, os posseiro, extratores e outro pequenos agricultores tiveram suas posses de terra questionadas e não estavam preparados para uma mudança tão radical em suas vidas. Eles se viram atrapalhados pela burocracia dos cartórios, pela falta de advogados para defendê-los, pelo aparecimento de documentos de propriedade da terra onde os mesmos moravam, estes documentos na maioria de origem fraudulenta, pela pressão e ameaça por parte das empresas de fora, que se achavam apoiadas pelo governo. Portanto sob muita pressão e violência a população natural passa a viver uma serie de problemas, como: nova migração, abandono e venda das terras (voluntário ou forçado).

Contudo, se muitos moradores foram expulsos, outros, com o passar dos tempos, começaram a questionar e resistir a expulsão, por julgarem que era ilegal e ilegítima, e desenvolveram formas de resistência contra a opressão que viviam. Na década de 70 e 80 cresce esse movimento de resistência e também a organização sindical dos trabalhadores. Eles pedem e começam a receber apoio de varias instituições como a CPT – Camisão Pastoral da Terra, do CIMI – Conselho Indigenista Missionário, OAB- Ordem do Advogados do Brasil, CNBB – Conferência Nacional do Bispos do Brasil e outras.

A concentração de terra, a expulsão dos pobres da área rural e a modernização da agricultura persistia, enquanto o êxodo para a cidade e a política de colonização entrava em aguda crise. Nesse contexto surge varias lutas concretas que, aos poucos, se articulam. Dessa articulação se delineia a estrutura do movimento Sem Terra - MST.
Pode-se dizer que a disputa pela terra coloca em choque dois regimes de propriedade distintos e opostos:


a)                 propriedade capitalista
b)                propriedade comunal indígena e familiar

No regime capitalista de propriedade o objetivo é obter lucro e, portanto, a terra é um meio de negocio. Os lucros são oriundos do trabalho dos empregados ou da comercialização da terra, que, uma vez valorizada, pode ser vendida a um bom preço.

no regime comunal dos indígenas, a terra e encarada como um bem coletivo de toda a tribo. Do mesmo modo, no regime familiar dos posseiros ou pequenos proprietários, que trabalham na terra com a ajuda dos familiares, a terra não é um negocio, mas sim um meio de trabalho e sobrevivência. Por isso as grandes empresas e grupos econômicos, que são entidades que usam a terra para fins lucrativos, acabam por atingir duramente o modo de sobrevivência de posseiros e índios. A tendência da grande propriedade empresarial é a destruição ou o aproveitamento das outras formas de propriedade. Daí advém o choque e a violência, características marcantes e essenciais para se entender a ocupação da Amazônia.

Tipos de Violência na Amazônia Legal - 1992

TIPOS VIOLÊNCIA
ESTADOS
AC
AM
AP
PA
RO
RR
TO
GO
MT
MA
Conflitos de terras
3
3
1
49
9
-
32
11
20
46
Ameaças de morte por posse de terra
2
-
2
49
-
-
7
7
5
26
Assassinatos por questões de terra
-
-
-
13
-
-
1
-
1
10
Famílias expulsas de suas terras
-
-
-
963
330
-
228
407
735
674
Áreas ocupadas por “sem terra”
-
-
-
4
2
-
7
8
1
4
Casas e roças destruídas
-
-
-
126
-
-
-
94
17
592
Torturas,agressões,seqüestros                 e
prisões
-
-
-
7
-
-
-
318
1001
44
Áreas de trabalho escravo
-
-
-
5
-
-
-
-
2
1
Conflito entre garimpeiros e índios
-
1
-
-
1
1
-
-
-
-
Fonte: Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos; OAB; SECODID. Apud jornal “O liberal”, 20/06/93.

As polêmicas sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte.





A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é uma central hidrelétrica que está sendo construída no Rio Xingu,  no estado brasileiro do Pará, nas proximidades da cidade de Altamira.  Sua potência instalada será de 11.233 MW; mas, por operar com reservatório muito reduzido, deverá produzir efetivamente cerca de 4.500 MW (39,5 TWh por ano). O lago da usina terá uma área de 516 km².  Seu custo está estimado em R$ 26 bilhões. O leilão para construção e operação da usina foi realizado em abril de 2010 e vencido pelo Consórcio Norte Energia. A usina está prevista para entrar em funcionamento em 2015.

Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros e internacionais e de comunidades indígenas locais. Essa pressão levou a sucessivas reduções do escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito maior.


ARGUMENTOS CONTRA:
Debaixo d água
- O lago que alimentará as turbinas de Belo Monte vai ocupar uma área equivalente a 90 mil campos de futebol da bacia do Xingu, que abriga 440 espécies de aves e 259 de mamíferos.
-  640 km² é a extensão da área alagada, que equivale a 1/3 da cidade de São Paulo.
Caos social
- A obra vai obrigar a realocação de 5 988 famílias. Além disso, milhares de migrantes serão atraídos para a região. E as obras de saneamento prometidas para recebê-las estão atrasadas.
- 20 mil pessoas terão de sair de suas casas.
- A cidade de Altamira espera 100 mil novos moradores. A população da cidade vai dobrar, e não infraestrutura para isso.
Desmatamento
- O lago da usina receberá água drenada de outras regiões do rio Xingu para que haja volume suficiente no reservatório. Essa água chegará por meio de um canal com 130 m de espessura e 20 km de extensão.


- Para a construção do canal, serão removidos 100 milhões de m³ de floresta, que encheriam 40 mil piscinas olímpicas.
Índios ameaçados

- Com o canal drenando água, a área do Xingu próxima ao lago terá sua vazão reduzida. São 100 km de rio que, segundo especialistas, podem até secar. Isso pode destruir o modo de vida dos índios que habitam a região e vivem da pesca.
Impactos sócio ambientais segundo o relatório do IBAMA:

-Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;

-Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da população na área rural e perda de atividades produtivas;

-Mudanças na paisagem causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras principais;

-Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna,

-Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna.

- Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e sustento para as populações indígenas;

-Danos ao patrimônio arqueológico.

-Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios.


ARGUMENTOS A FAVOR
Energia barata
- Mil chuveiros ligados por uma hora equivalem a 01 megawatt-hora (MWh). Em Belo Monte, 1MWh custará R$ 22. Essa energia tirada de uma usina eólica custaria R$ 99, de uma solar, quase R$200.
Para igualar a produção de Belo Monte, seriam necessários.

- 19 termelétricas, 17 usinas nucleares iguais a Angra II, 3 700 torres de energia eólica,49,9 milhões de placas de energia solar
Motor para o PIB.

-O Brasil precisa de mais energia. A demanda no país, segundo a Agência Internacional de Energia, deve crescer 2,2% ao ano entre 2009 e 2035. Mais do que a média mundial, de 1,3%, e até do que a China, de 2%.

- Crescimento de consumo de energia elétrica em 2010 - 7,8%. Neste ritmo, o Brasil precisaria dobrar sua capacidade de geração de energia a cada 12 anos.

- As cidades próximas às usinas enriquecem - foi o que aconteceu com a região de Tucuruí,

-Também no Pará, onde desde 1984 está a primeira grande hidrelétrica da Amazônia, inaugurada em 1984.

- Serão criados 40 MIL empregos diretos e indiretos.
- Os investimentos do governo em saúde, educação e infraestrutura chegarão a R$ 4 bilhões isso dá 7 vezes o PIB de Altamira.

Opiniões sobre Belo Monte
- Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu.

- Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fonseca Medeiros, defende que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900 postos de trabalho, o que levaria a população que se instalou na região ao envolvimento com o desmatamento, pois não há vocações econômicas desenvolvidas na região. A hidrelétrica irá, segundo ele, atingir 30 terras indígenas e 12 unidades de conservação.

- O bispo austríaco Erwin Kräutler que 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a população duplicada com a hidrelétrica.
- Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União refuta esta possibilidade.

- Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira 29 anos, acredita que a usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada – para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de Altamira vem do diesel) e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região.

- Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias. Acredita-se também.que o empreendimento atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos.

-  O físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas e membro do conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, disse que milhares de espécimes vão sucumbir, mas, em compensação, 20 milhões de brasileiros terão energia elétrica garantida.

- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Caderno de Estudo – Apostila – Ensino Personalizado de Sociologia- Nível Médio – Módulo I – CEEJA – Professor Luiz Octávio Pereira. Belém- PA, 2011.

www.mundojovem.com.br – anos: 2009, 2010, 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016.


ASSISTA AO VÍDEO:







INTERATIVIDADE:


Fique ligado. Ao receber a imagem no Grupo de Sociologia, faça o seu comentário.



BASE MODULO 6 - envie pelo email, Whatsapp (no PV) ou Telegram (no PV).

QUESTÃO 01________________________

O consumo sustentável defende a ideia que pessoas, empresas e governos devem ser responsabilizados pelo consumo que promovem dos bens ambientais coletivos e globais.

Podemos dizer que está surgindo uma nova ética na sociedade contemporânea, que estimula a não colecionar bens, a não desperdiçar produtos, a não ter mais do que se pode usar, pois é importante:

I. preservar e racionalizar.

II. repartir e reciclar.

III. restrição aos supérfulos e destinação adequada do lixo.

Estão corretas:

A) apenas a I.

B) apenas a II.

C) apenas a III.

D) apenas a I e II.

E) todas as alternativas.

QUESTÃO 02

Ecologia e Meio Ambiente. A partir da década de 60, quando a agricultura brasileira se abriu ao pacote tecnológico importando dos países capitalistas ricos. Sob incentivo das multinacionais, passou-se a consumir adubos químicos e pesticidas, adotando–se a motomecanização, tornando a agricultura cada vez mais dependente dos créditos bancários, do setor industrial e de máquinas e equipamentos que dispensam mão-de-obra.

O texto acima faz referencia a questão:

(A) “Revolução Branca”

(B)  “Revolução Verde”

(C)  “Revolução Amarela”

(D)  “Revolução Azul”.

(E)  “Revolução Negra”

 

QUESTÃO 03________________________

(Enem 2009) A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas. 


(Foto: Fonte: Comissão Pastoral da Terra — CPT OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista Estudos Avançados. Vol. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.)

 Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região

A) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a de maior violência.

     B) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.

     C) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.

     D) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada, é a mais violenta do país.

E)  da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.


04.  QUESTÃO (ENEM – 2011)

A Floresta Amazônica, com toda a sua imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.

Um processo econômico que tem contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:

a) Expansão do Projeto Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.

b) Difusão do cultivo da soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.

c) Construção da rodovia Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do país.

d) Criação de áreas extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.

e) Ampliação do pólo industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e estrangeiras. 

05– QUESTÃO (ENEM 2018)

 Ao longo dos últimos 500 anos, o Brasil viu suas fronteiras do litoral expandirem-se para o interior. É apenas lógico que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada e submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e silvicultura. A incorporação recente das áreas amazônicas à exploração capitalista tem resultado em implicações problemáticas, dentre elas a destruição do rico patrimônio natural da região.NITSCH, M. O futuro da Amazônia: questões críticas, cenários críticos. Estudos Avançados, n. 46, dez. 2002.

Na situação descrita, a destruição do patrimônio natural dessa área destacada é explicada pelo (a)

a)    distribuição da população ribeirinha.

b)    patenteamento das espécies nativas.

c)    expansão do transporte hidroviário.

d)    desenvolvimento do agronegócio.

e)    aumento da atividade turística.

 

OBS: Caro aluno(a), favor enviar as respostas do QUESTIONÁRIO no meu e-mail SEDUC: guilherme.filho@escola.seduc.pa.gov.br, ou pelo Whatsapp (no PV) ou Telegram (no PV).


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