MÓDULO 6 - A AMAZÔNIA E O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO
SUMÁRIO
MÓDULO VI
O QUE VOCÊ
VAI ESTUDAR
A AMAZÔNIA E O PROCESSO DE MUNDIALIZAÇÃO
O QUE PRETENDEMOS
QUE VOCÊ SEJA CAPAZ DE:
·Associar a realidade da Amazônia Brasileira aos interesses internacionais,
nacionais e regionais;
·Entender
as políticas de desenvolvimento e suas consequências na vida social a partir da década de 50;
·Identificar
os ofensores do Meio Ambiente.
·Compreender
a importância de desenvolver boas atitudes sustentáveis para uso no seu
cotidiano.
- SUA NOTA dependerá da SUAINTERATIVIDADE EM CADA MÓDULO E PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES REMOTAS.
PARA ISSO VOCÊ DEVE
●Ler com atenção os
conteúdos apresentados no módulo.
●Realizar
atentamente os exercícios, no caderno,
conferindo em seguida as suas respostas.
●Estudar
novamente o assunto que lhe causar
dúvida. Se a dificuldade persistir, procure o professor da disciplina.
●Consultar o dicionário
sempre que encontrar dificuldade com as palavras.
Sociologia da Amazônia
A Amazônia brasileira abriga mais de 25 milhões de habitantes, destes,
60% na zona urbana. A base econômica vai desde o extrativismo vegetal e
garimpagem, como atividades mais tradicionais, além da produção mineral
avançada (a terceira maior do país). A sociedade amazônica é formada por
índios, caboclos, grandes e pequenos produtores agropecuários e extrativistas,
trabalhadores sem terra. Sendo que grande parte desses segmentos sociais
chegaram recentemente, sobretudo, a partir dos anos sessenta e com o início da
integração nacional, após a abertura de estradas.
Os conflitos entre os grupos tradicionais e os recém-chegados com o apoio
do Estado vem também aumentando,
tornando a região mais conhecida,
mesmo que negativamente. Entre os principais tipos de conflitos, há destaque para a violência no campo, sobretudo, na região do Bico do Papagaio (entre os Estados do PA/MA/TO), a invasão de terras indígenas; o deslocamento de
camponeses para a construção de hidrelétricas,
como em Tucuruí, a instalação de grandes projetos minerais, implicaram em
grandes mudanças no espaço
geográfico e social da região. Vamos tentar compreender agora como ocorreram essas transformações na Amazônia.
As
Políticas Territoriais e o Projeto de Incorporação da Amazônia
As políticas territoriais corresponderam às iniciativas governamentais,
como programas e projetos agropecuários, minerais, obras de infra-estrutura,
além de medidas de caráter político- administrativo. Essas políticas foram
desencadeadas com mais intensidade a
partir dos anos sessenta com os governos militares, visando a incorporação da
Amazônia ao capitalismo nacional e internacional, através de um conjunto de
programas e planos governamentais, conforme detalhamento abaixo:
A política do governo Vargas e JK para a Amazônia: em 1953, o
governo de Getúlio Vargas deflagrou a primeira política de ocupação da região com a criação da SPVEA (Superintendência do
Plano de Valorização Econômica da Amazônia). Esse órgão visava gerir todo o
processo de ocupação da região, através dos incentivos fiscais, mas o Estado não possuía recursos suficientes e tinha
uma visão bastante equivocada, já que
considerava a Amazônia como um grande celeiro agrícola e pretendia implantar
uma agricultura de plantations, anos
mais tarde
O projeto Radam comprovou que apenas aproximadamente 7% dos solos são
férteis para a atividade agrícola.
Na prática, a integração física da
região só avançou no inicio dos anos
60, no governo de Juscelino
Kubitscheck, quando é inaugurada em 1961 a rodovia Belém-Brasília (BR – 010), a
qual passou a ligar a Amazônia ao centro sul,
ao sudeste e ao sul do país, rompendo com o isolamento em relação a
essas regiões. Essa estrada proporcionou a entrada de produtos industrializados
e a remessa de matérias-primas para os Estados de outras regiões.
As políticas
territoriais do regime militar para a Amazônia
Causas da Ocupação:
-A partir dos anos sessenta, o governo militar criou a
concepção da Amazônia como uma fronteira vazia. Essa concepção ancorada na ideologia anticomunista (Guerra Fria) e
na doutrina de segurança nacional (segurança para o desenvolvimento) buscava
convencer a sociedade de que os grandes projetos garantiriam a soberania da
região. Para isso usavam o slogan: “integrar para não entregar”. Na
verdade, essa era uma estratégia que visava justificar o projeto de exploração
dos recursos naturais da Amazônia, em benefício dos grandes grupos econômicos
nacionais e internacionais.
-Atrair novos investidores com os chamados incentivos
fiscais (isenção de impostos, financiamentos)
-A integração da Amazônia esteve associada também
internamente ao processo de industrialização do Centro-Sul, como tradicional
exportador de matéria-prima barata, área de expansão para novos investimentos e
mercado consumidor dentro da divisão regional do trabalho.
-O governo federal visava utilizar a região Amazônia
como “válvula de escape”, estimulando a entrada de grandes grupos imigrantes
oriundos de regiões envolvidas em conflitos,
como o Nordeste, utilizando o
discurso de que a Amazônia era uma “terra
sem homens para os homens sem terra”.
-Outra razão para integração da Amazônia foi a procura
de novas terras por fazendeiros e investidores do sul. Eles queriam preservar seus capitais contra a inflação.
Comprando terras eles preservavam o valor do dinheiro aplicado, podendo
vendê-las mais tarde, quando elas tivessem mais valorizadas, desenvolvendo a
especulação imobiliária.
Como parte da infra estrutura necessária para tornar a região viável
economicamente o governo federal tomou algumas medidas, tais como:
·INCRA- que seria responsável pela
colonização da Amazônia
·SUDAM- substituiu
a antiga SPVEA. Tinha como objetivo promover incentivos visando o aumento da
produção e a expansão das rendas tanto para o desenvolvimento do mercado como para suprir as
necessidades das outras regiões. Era responsável pela analise, aprovação e fiscalização
dos empreendimentos seriam implantados na Amazônia.
·BASA- responsável pela liberação
dos recursos financeiros aos empreendedores.
·SUFRAMA: O objetivo
estratégico do Estado era utilizar a cidade de Manaus como um centro
polarizador para o desenvolvimento da Amazônia ocidental para romper a
estagnação dessa porção da Amazônia e integrá-la ao resto do país e do mundo.
·Abertura de
estradas, construção de portos, implantação de um sistema de telecomunicação. –
foram medidas tomadas para viabilizar a entrada do capital na região.
As
consequências da Integração da Amazônia à economia nacional e internacional
Perda de
importância de cidades localizadas às margens das vias fluviais e distantes das
rodovias;
Surgimento e crescimento de cidades ao longo das rodovias;
Redefinição da rede urbana amazônica;
Deslocamento
do fluxo de pessoas e mercadorias
das vias fluviais para as vias rodoviárias;
Aumento do fluxo migratório;
Desmatamento ao logo das rodovias;
Valorização das terras ao longo das rodovias;
Criação da agrovilas ao longo das estradas.
Impactos socioambientais.
Ocupação espontânea – ocupação desordenada do espaço.
Concentração de terras nas mãos de latifundiários.
Crescimento populacional ocasionado pela migração.
Aumento dos
conflitos agrários envolvendo moradores antigos como os índios, posseiros e ribeirinhos com garimpeiros, grileiros, fazendeiros etc.)
Novos
atores sociais e os conflitos agrários no Pará
Quando a economia paraense foi incorporada ao circuito capitalista
brasileiro, a partir da década de 1960, sua estrutura agrária tradicional não
foi respeitada, em consequência surgiram inúmeros problemas, envolvendo
diversos personagens.
A estrutura Agrária atual e
seus personagens,
·Posseiros–
trabalhadores rurais que têm a posse,
mas não tem um documento oficial que prove que eles são os proprietários
da terra;
·Colonos– pequenos agricultores ou trabalhadores
de projetos agropecuários;
·Indígenas– comunidades que vivem na Amazônia desde antes da
colonização européia;
·Grileiros– pessoas
que se apropriam ilegalmente de terras e apresentam títulos falsificados;
·Gatos–
(empreiteiros) responsáveis pela contratação de mão-de-obra para trabalhar nas
fazendas ou projetos econômicos;
·Latifundiário Proprietários de grandes
extensões de terras;
·Peões–
Trabalhadores braçais que recebem baixa remuneração e, muitas vezes não tem carteira assinada ou são vitimas de trabalho escravo;
·Empresários– pessoas
com poder econômico, donas de terras e ligadas a atividades econômicas voltadas
para obtenção de lucros;
·Seringueiros– trabalhadores ligados às
atividades de extração do látex
da seringueira
·Castanheiros– trabalhadores que se
ocupam de atividades ligadas a extração da castanha
·Pistoleiros– capangas
contratados para amedrontar ou assassinar pessoas que ameaçam os interesses dos
grandes proprietários de terra;
·Lideranças
de movimentos - pessoas que participam ativamente no debate sobre as questões relacionadas a
terra em defesa dos direitos dos pequenos produtores, posseiros, sem terra,
colonos,etc.
Nas últimas décadas, o espaço agrário amazônico e
paraense tem sido cenário de terror, em função da grande incidência de
conflitos pela posse da terra, que resultam na matança e expropriação de
pequenos camponeses locais, além do extermínio de grande parte da sociedade
indígena existente na região, provocando tensões constantes no espaço rural.
As regiões Sul e Sudeste do Pará são as mais dinâmicas economicamente,
porém representam os maiores índices de conflitos, a batalha entre diferentes
grupos por territórios, como é o caso das populações indígenas que vêem suas
reservas sendo saqueadas e roubadas pelos grileiros e garimpeiros, sem que haja
uma política eficiente por parte das autoridades governamentais para a
resolução do problema.
Os conflitos que atualmente são tão intensos na região surgiram de forma
rotineira com a implantação dos projetos agropecuários. Para que pudessem
receber incentivos fiscais da SUDAM, as empresas passaram a adquirir títulos de
propriedades duvidosos. De posse desses documentos falsos, as empresas
conseguiram adquirir enormes extensões de terra, para em seguida, expulsar,
também de modo ilícito seus ocupantes, sejam eles posseiros ou índios.
Muitos dos novos proprietários das terras desejando expulsar os moradores
naturais promoviam a “limpeza do terreno” através do despejo judicial do
morador, da ameaça, da jagunçagem e
da violência policial. Portanto os empreendimentos agropecuários, madeireiros e
posteriormente, mineradores ao serem implantados na região defrontaram-se com os
moradores naturais. Não se tratava de “terra sem homens” como dizia o governo federal nos seu plano de
integração, tratava- se de gente que não era importante para o governo. A
política do governo federal de ignorar a população natural começava a criar
muitos conflitos e dificuldades.
Os moradores naturais da região não dispunham de títulos de terra, de
amparo dos setores governamentais e não conseguiam acionar a lei em defesa de
seus direitos de permanecer na térrea. As populações
de colônias agrícolas, os posseiro, extratores e outro pequenos agricultores tiveram suas posses de terra questionadas
e não estavam preparados para uma mudança tão radical em suas vidas. Eles se
viram atrapalhados pela burocracia dos cartórios, pela falta de advogados para
defendê-los, pelo aparecimento de documentos de propriedade da terra onde os
mesmos moravam, estes documentos na maioria
de origem fraudulenta, pela pressão e ameaça por parte das empresas de fora,
que se achavam apoiadas pelo governo. Portanto sob muita pressão e violência a população natural passa a viver uma
serie de problemas, como: nova migração, abandono e venda das terras
(voluntário ou forçado).
Contudo, se muitos moradores foram expulsos, outros, com o passar dos
tempos, começaram a questionar e resistir a expulsão, por julgarem que era
ilegal e ilegítima, e desenvolveram formas de resistência contra a opressão que
viviam. Na década de 70 e 80 cresce esse movimento de resistência e também a
organização sindical dos trabalhadores. Eles pedem e começam a receber apoio de
varias instituições como a CPT – Camisão Pastoral da Terra, do CIMI – Conselho
Indigenista Missionário, OAB- Ordem do Advogados do Brasil, CNBB – Conferência
Nacional do Bispos do Brasil e outras.
A concentração de terra, a expulsão dos pobres da área rural e a
modernização da agricultura persistia, enquanto o êxodo para a cidade e a
política de colonização entrava em aguda crise. Nesse contexto surge varias
lutas concretas que, aos poucos, se articulam. Dessa articulação se delineia a
estrutura do movimento Sem Terra - MST.
Pode-se dizer que a disputa pela terra coloca em choque dois regimes de
propriedade distintos e opostos:
a)propriedade capitalista
b)propriedade comunal indígena e familiar
No regime capitalista de propriedade o objetivo é obter lucro e,
portanto, a terra é um meio de negocio. Os lucros são oriundos do trabalho dos
empregados ou da comercialização da terra, que, uma vez valorizada, pode ser
vendida a um bom preço.
Já no regime comunal dos
indígenas, a terra e encarada como um bem coletivo de toda a tribo. Do mesmo modo, no regime familiar dos posseiros ou pequenos proprietários, que
trabalham na terra com a ajuda dos familiares, a terra não é um negocio, mas sim
um meio de trabalho e sobrevivência.
Por isso as grandes empresas e
grupos econômicos, que são entidades
que usam a terra para fins lucrativos,
acabam por atingir duramente o modo de sobrevivência de posseiros e
índios. A tendência da grande propriedade empresarial é a destruição ou o
aproveitamento das outras formas de propriedade. Daí advém o choque e a violência, características marcantes e
essenciais para se entender a ocupação da Amazônia.
Tipos de Violência na Amazônia
Legal - 1992
TIPOS VIOLÊNCIA
ESTADOS
AC
AM
AP
PA
RO
RR
TO
GO
MT
MA
Conflitos de terras
3
3
1
49
9
-
32
11
20
46
Ameaças de morte por posse
de terra
2
-
2
49
-
-
7
7
5
26
Assassinatos por questões
de terra
-
-
-
13
-
-
1
-
1
10
Famílias expulsas de suas
terras
-
-
-
963
330
-
228
407
735
674
Áreas ocupadas por “sem
terra”
-
-
-
4
2
-
7
8
1
4
Casas e roças destruídas
-
-
-
126
-
-
-
94
17
592
Torturas,agressões,seqüestrose
prisões
-
-
-
7
-
-
-
318
1001
44
Áreas de trabalho escravo
-
-
-
5
-
-
-
-
2
1
Conflito entre garimpeiros
e índios
-
1
-
-
1
1
-
-
-
-
Fonte:
Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sociedade Maranhense de Defesa dos Direitos Humanos;
OAB; SECODID. Apud jornal “O liberal”, 20/06/93.
As polêmicas sobre a construção da hidrelétrica
de Belo Monte.
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é uma central
hidrelétrica que está sendo construída no RioXingu, no estado brasileiro do Pará, nas proximidades da
cidade de Altamira. Sua potência instalada será de 11.233 MW; mas, por operar com
reservatório muito reduzido, deverá produzir efetivamente cerca de 4.500 MW
(39,5 TWhpor
ano). O lago da usina terá uma área de 516 km². Seu custo está estimado em R$ 26 bilhões. O
leilão para construção e operação da usina foi realizado em abril de 2010 e
vencido pelo Consórcio
Norte Energia. A usina está prevista para entrar em funcionamento em
2015.
Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposição de ambientalistas brasileiros
e internacionais e de comunidades indígenas locais.
Essa pressão levou a sucessivas reduções do escopo do projeto, que
originalmente previa outras barragens rio acima e uma área alagada total muito
maior.
ARGUMENTOS CONTRA:
Debaixo d água
-O lago que alimentará as turbinas de Belo Monte vai ocupar
uma área equivalente a 90 mil campos de futebol da bacia do Xingu, que abriga
440 espécies de aves e 259 de mamíferos.
-640 km² é a extensão da área alagada, que equivale a 1/3 da cidade
de São Paulo.
Caos social
-A obra vai obrigar a realocação de 5 988 famílias.
Além disso, milhares de migrantes serão atraídos para a região. E as obras de
saneamento prometidas para recebê-las estão atrasadas.
-20 mil pessoas terão de sair de
suas casas.
-A cidade de Altamira espera 100 mil novos moradores. A
população da cidade vai dobrar, e não
há infraestrutura para isso.
Desmatamento
-O lago da
usina receberá água drenada de outras regiões do rio Xingu para que haja volume suficiente no reservatório. Essa água chegará por meio de um canal com 130 m de espessura e 20 km de extensão.
-Para a construção do
canal, serão removidos 100 milhões de m³ de floresta, que encheriam 40 mil piscinas olímpicas.
Índios ameaçados
-Com o canal drenando água, a área do Xingu próxima ao
lago terá sua vazão reduzida. São 100 km
de rio que, segundo especialistas, podem até secar. Isso pode destruir o modo
de vida dos índios que habitam a
região e vivem da pesca.
Impactos sócio ambientais segundo o relatório do IBAMA:
-Aumento da pressão sobre as
terras e áreas indígenas;
-Perda de imóveis
e benfeitorias com transferência da população na área rural e perda de
atividades produtivas;
-Mudanças na
paisagem causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e das obras
principais;
-Perda de vegetação e de
ambientes naturais com mudanças na fauna,
-Aumento do barulho e da poeira
com incômodo da população e da fauna.
-Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de fonte de renda e
sustento para as populações indígenas;
-Danos ao patrimônio
arqueológico.
-Mudanças nas espécies de peixes
e no tipo de pesca, causada pela formação dos reservatórios.
ARGUMENTOS A FAVOR
Energia barata
-Mil chuveiros
ligados por uma hora equivalem a 01
megawatt-hora (MWh). Em Belo Monte, 1MWh
custará R$ 22. Essa energia tirada de uma usina eólica custaria R$ 99, de uma
solar, quase R$200.
Para igualar a produção de Belo Monte, seriam necessários.
-19 termelétricas, 17 usinas nucleares iguais a Angra
II, 3 700 torres de energia eólica,49,9 milhões de placas de energia solar
Motor para o PIB.
-O Brasil
precisa de mais energia. A demanda no país, segundo a Agência Internacional de
Energia, deve crescer 2,2% ao ano entre 2009 e 2035. Mais do que a média
mundial, de 1,3%, e até do que a China, de 2%.
-Crescimento de consumo
de energia elétrica em 2010 -
7,8%. Neste ritmo, o Brasil precisaria dobrar sua capacidade de geração de
energia a cada 12 anos.
-As cidades próximas às usinas
enriquecem - foi o que aconteceu com a região de Tucuruí,
-Também no Pará,
onde desde 1984 está a primeira grande hidrelétrica da Amazônia, inaugurada em
1984.
-Serão criados 40 MIL
empregos diretos e indiretos.
-Os investimentos do
governo em saúde, educação e infraestrutura chegarão a R$ 4 bilhões isso
dá 7 vezes o PIB de Altamira.
Opiniões sobre Belo Monte
-Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os
impactos sobre a ictiofauna não foram esclarecidos ao não contemplar todas as
espécies do Rio Xingu.
-Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fonseca
Medeiros, defende que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900
postos de trabalho, o que levaria a população que se instalou na região ao envolvimento com o desmatamento,
pois não há vocações econômicas desenvolvidas na
região. A hidrelétrica irá, segundo
ele, atingir 30 terras indígenas e 12 unidades de conservação.
-O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o empreendimento um risco para os povos
indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar o curso para alimentar as
barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a
população duplicada com a hidrelétrica.
-Os procuradores da República defendem que a construção
da usina deveria ter sido aprovada
por meio de lei federal, visto que a
obra está em área indígena, especificamente em terras de Paquiçamba e Arara da
Volta Grande, mas a Advocacia-Geral
da União refuta esta possibilidade.
-Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a usina irá
melhorar a qualidade de vida de Altamira, com
o remanejamento da população das palafitas - área que será inundada –
para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e que a usina maior seria
acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos, energia elétrica
para a população rural (a maior parte da energia de Altamira vem do diesel) e a
pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido na região.
-Os defensores da obra, formados por empresários,
políticos e moradores das cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de
R$ 500 milhões sustentam o plano de desenvolvimento regional que estaria
garantido com a usina. Essa injeção de recursos seria aplicada em geração de
empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e atração de indústrias.
Acredita-se também.que o empreendimento atrairá novos investidores para a região,
considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região carente
de investimentos.
-O físico, professor emérito da Universidade Estadual
de Campinas e membro do conselho editorial
do jornal Folha de S.Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, disse que
milhares de espécimes vão sucumbir, mas, em
compensação, 20 milhões de brasileiros terão energia elétrica garantida.
-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Caderno de Estudo – Apostila – Ensino Personalizado de Sociologia- Nível Médio – Módulo I – CEEJA – Professor Luiz Octávio Pereira. Belém- PA, 2011.
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BASE MODULO 6 - envie pelo email, Whatsapp (no PV) ou Telegram (no PV).
QUESTÃO 01________________________
O consumo sustentável defende a ideia
que pessoas, empresas e governos devem ser responsabilizados pelo consumo que
promovem dos bens ambientais coletivos e globais.
Podemos dizer que está surgindo uma
nova ética na sociedade contemporânea, que estimula a não colecionar bens, a
não desperdiçar produtos, a não ter mais do que se pode usar, pois é
importante:
I. preservar e racionalizar.
II. repartir e reciclar.
III. restrição aos supérfulos e
destinação adequada do lixo.
Estão corretas:
A) apenas a I.
B) apenas a II.
C) apenas a III.
D) apenas a I e II.
E) todas as alternativas.
QUESTÃO 02
Ecologia e Meio Ambiente. A partir da década de 60, quando a
agricultura brasileira se abriu ao pacote tecnológico importando dos países
capitalistas ricos. Sob incentivo das multinacionais, passou-se a consumir
adubos químicos e pesticidas, adotando–se a motomecanização, tornando a
agricultura cada vez mais dependente dos créditos bancários, do setor
industrial e de máquinas e equipamentos que dispensam mão-de-obra.
O texto acima
faz referencia a questão:
(A)“Revolução Branca”
(B) “Revolução Verde”
(C) “Revolução Amarela”
(D) “Revolução Azul”.
(E) “Revolução Negra”
QUESTÃO 03________________________
(Enem 2009)
A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspectos que chamam a
atenção. Entre os aspectos positivos, destaca-se a perseverança dos
movimentos do campesinato e, entre os aspectos negativos, a violência que
manchou de sangue essa história. Os movimentos pela reforma agrária
articularam-se por todo o território nacional, principalmente entre 1985 e
1996, e conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas
discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a distribuição
dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil nesse período, e o
número de mortes ocorridas nessas lutas.
.
(Foto: Fonte:
Comissão Pastoral da Terra — CPT OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato
brasileiro: movimentos sociais, conflitos e reforma agrária. Revista Estudos
Avançados. Vol. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.)
Com base nas informações do mapa
acerca dos conflitos pela posse de terra no Brasil, a região
A) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas
é a de maior violência.
B) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expressivos.
C) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.
D) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura mecanizada,
é a mais violenta do país.
E) da Zona da Mata mineira teve o maior registro
de mortes.
04. QUESTÃO
(ENEM – 2011)
A Floresta Amazônica, com toda a sua
imensidão, não vai estar aí para sempre. Foi preciso alcançar toda
essa taxa de desmatamento de quase 20 mil quilômetros quadrados ao ano, na
última década do século XX, para que uma pequena parcela de brasileiros se
desse conta de que o maior patrimônio natural do país está sendo torrado.AB’SABER, A. Amazônia: do discurso à
práxis. São Paulo: EdUSP, 1996.
Um processo econômico que tem
contribuído na atualidade para acelerar o problema ambiental descrito é:
a) Expansão do Projeto
Grande Carajás, com incentivos à chegada de novas empresas mineradoras.
b) Difusão do cultivo da
soja com a implantação de monoculturas mecanizadas.
c) Construção da rodovia
Transamazônica, com o objetivo de interligar a região Norte ao restante do
país.
d) Criação de áreas
extrativistas do látex das seringueiras para os chamados povos da floresta.
e) Ampliação do pólo
industrial da Zona Franca de Manaus, visando atrair empresas nacionais e
estrangeiras.
05– QUESTÃO (ENEM 2018)
Ao longo dos últimos 500
anos, o Brasil viu suas fronteiras do litoral expandirem-se para o interior. É
apenas lógico que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada e
submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e silvicultura. A
incorporação recente das áreas amazônicas à exploração capitalista tem
resultado em implicações problemáticas, dentre elas a destruição do rico
patrimônio natural da região.NITSCH,
M. O futuro da Amazônia: questões críticas, cenários críticos. Estudos
Avançados, n. 46, dez. 2002.
Na situação descrita, a
destruição do patrimônio natural dessa área destacada é explicada pelo (a)
a)distribuição da população ribeirinha.
b)patenteamento das espécies nativas.
c)expansão do transporte hidroviário.
d)desenvolvimento do agronegócio.
e)aumento da atividade turística.
OBS: Caro aluno(a), favor enviar as
respostas do QUESTIONÁRIO no meu e-mail SEDUC:
guilherme.filho@escola.seduc.pa.gov.br, ou pelo Whatsapp (no PV) ou
Telegram (no
PV).
Professor de Sociologia do ensino médio
Especialista em Educação de Jovens e Adultos. Integra a equipe do CEEJA, exercendo atividades na Escola Profª. Tereza Donato de Araújo.
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